O marketing digital está em constante transformação. As tendências têm tanto de determinantes como de voláteis. Ainda assim, existem referências que servem de guia de orientação.
1. Customer-Centric Marketing
A experiência do cliente está hoje no centro da organização. O comportamento e o processo de decisão dos clientes mudaram e estes querem ter mais participação nas mensagens das marcas e organizações, o monólogo tornou-se um diálogo, com novas formas de criar engagement e buzz. As organizações têm de se transformar culturalmente e criar uma nova identidade. As realidades aumentadas e virtuais (AR e VR) abrem novas perspectivas nesta nova forma de estar dos clientes, que querem ser envolvidos e participar activamente.
2. A internet do valor
Com a tecnologia blockchain a internet vai entrar numa nova era, defende Don Tapscott, um dos três keynotes internacionais que vai estar presente na Futura - Boosting Digital Marketing. "Tínhamos a internet da informação. Agora, temos a internet do valor, em que tudo se torna um activo. Dinheiro, acções, propriedade intelectual, votos, identidade, tudo o que tem valor e pertence a alguém pode ser transaccionado através do blockchain." Um dos aspectos que Don Tapscott menciona é que "no blockchain, podemos recuperar a nossa identidade e geri-la de forma responsável. Podemos vender esses dados, se quisermos, ou protegê-los", acrescentando que "a privacidade é o fundamento da liberdade".
3. A era da relevância
"Se a sua estratégia de retenção de clientes depende da 'compra' da lealdade com recompensas, descontos ou descontos, está a custar caro. E hoje em dia pode significar que está a desistir de algo inestimável: "A sua relevância", escrevem John Zealley, Robert Wollan e Joshua Bellin em "Marketers Need to Stop Focusing on Loyalty and Start Thinking About Relevance", publicado em Março passado na HBR. Defendem um modelo que repense os quatro P tradicionais de marketing: product, price, place, e promotion, que se dirigia a um cliente estático. Propõem um modelo que inclua os 5 P de purpose, pride, partnership, protection, e personalization.
4. A importância do longo prazo
O preço da visão de longo prazo é muitas vezes a ruína a curto prazo, por isso se continua a pensar grande, mas age-se de forma curta. É necessária uma estratégia de longo prazo, que seja visionária, mas com objectivos. O que Ari Wallach denomina longpath. "Na nossa sociedade de curto prazo, muitas vezes sentimos que não temos controlo sobre o futuro. Mas isso não é verdade. Temos controlo, mas requer pensamento estratégico e acção da nossa parte, imaginando muitos futuros possíveis e pensando além dos nossos próprios tempos de vida. Todos nós devemos tentar ultrapassar as nossas próprias vidas - isso pode levar-nos a fazer coisas que são um pouco maiores do que pensávamos serem possíveis", escreveu Ari Wallach.
5. Os media centrais são sociais
Existem 3.196 mil milhões de utilizadores dos media sociais, o que equivale a 42% de penetração de mercado. Nestes meios as pessoas têm mais confiança em conteúdos informativos, autênticos, do que nos anúncios. O Business Insider prevê que, no final de 2018, 30% dos utilizadores utilizem bloqueadores de anúncios. O storytelling invadiu os media sociais, primeiro com o Snapchat e o conceito de My Story, e, em seguida, o Instagram e o Facebook introduziram as histórias, e agora o YouTube revelou o seu próprio formato de história, Reels. São os micromomentos, como lhe chama a Google.
O inbound marketing é fundamental, porque, referiu Neil Patel, keynote na Futura - Boosting Digital Marketing, "o conteúdo educa". "Imagine-se que as pessoas não sabem como usar o produto, ou que a empresa é nova no mercado e as pessoas não confiam. O conteúdo ajuda a educar e faz com que se fique numa melhor posição no Google, ajuda a trazer mais tráfego para o site, cria mais oportunidades, mais vendas."